terça-feira, 8 de agosto de 2017

A REDENTORA E O PAI DA AVIAÇÃO

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Causou comoção na Internet a encenação do voo do 14-Bis, pilotado por Santos Dumont, o brasileiro Pai da Aviação, durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Muitos americanos ficaram enfurecidos, pois eles creem que o avião foi inventado pelos irmãos americanos Wilbur e Orville Wright.

Ora, os irmãos Wright precisaram catapultar sua invenção, para que ela pudesse "voar", enquanto o avião de Santos Dumont voava por conta própria, e o voo do 14-Bis, a 23 de outubro de 1906, além de filmado e fotografado, foi testemunhado por centenas de pessoas em Paris, inclusive pela própria Princesa Dona Isabel, a Redentora.

A Princesa, que vivia na França desde que o golpe da Proclamação da República, em 1889, havia lhe forçado ao exílio, e que, àquela altura, já havia sucedido seu pai, o Imperador Dom Pedro II, como Chefe da Casa Imperial – Imperatriz “de jure” – do Brasil, encarnava muito bem tal papel; suas residências, o Palacete de Boulogne e o Castelo d’Eu, eram verdadeiras “embaixadas informais” do Brasil, onde brasileiros em viagem pela Europa eram sempre muito bem recebidos.

E a amizade entre a Redentora e o Pai da Aviação começou de forma bastante inusitada: enquanto testava um de seus dirigíveis, Santos Dumont se chocou contra uma das árvores da casa da Princesa, que, vendo ali um brasileiro bastante engenhoso, levou-lhe farnéis, para que o inventor pudesse se alimentar enquanto consertava seu dirigível.

A Princesa Dona Isabel, que herdara de seu pai a vontade de incentivar qualquer inovação que via que poderia trazer benefícios para o Brasil, prestou todo auxílio a Santos Dumont. A Redentora chegou a presenteá-lo com uma medalhinha de ouro de São Bento, dizendo-lhe: “Ofereço-lhe pensando na sua boa mãe, e pedindo a Deus que lhe socorra sempre que lhe ajude a trabalhar pela glória de nossa Pátria”. Pelo resto de sua vida, o aviador usou a medalhinha em seu pulso esquerdo, presa por uma corrente de ouro.

E naquele histórico dia 23 de outubro de 1906, no Campo de Bagatelle, em Paris, a Princesa Dona Isabel assistiu ao voo do 14-Bis, encantada em ver o êxito de um brasileiro e o funcionamento de uma invenção que, ela sabia, traria grandes benefícios para o Brasil, País pelo qual, sem jamais ter podido retornar do exílio, a Redentora, saudosa e esperançosa, jamais deixou de rezar, pedindo sempre a Deus pela grandeza de nossa Pátria.

Foto: a Princesa Dona Isabel, a Redentora, então Chefe da Casa Imperial do Brasil, assiste ao voo do 14-Bis, em 23 de outubro de 1906.

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