Neste curto momento de estada em Paris, Dom Pedro também vivenciou seu triunfo como compositor, fruto de uma forte amizade com o compositor italiano Gioacchino Rossini, imortalizado pela sua ópera “Il barbiere di Siviglia”. Em 29 de Outubro, no Théâtre des Italiens convidado pelo compositor, o Imperador regeu uma abertura à grande orquestra em mi bemol de sua autoria, antes da apresentação da ópera do próprio Rossini, tendo sido muito aplaudido e reverenciado, tanto que a abertura foi reapresentada no dia subsequente.
Rossini se lembrou do episódio década depois, em 1866, em carta ao Imperador Dom Pedro II, informando que não havia nomeado o autor, seu pai, por discrição, pensando todos que a obra fosse de sua autoria, fato descoberto logo após a apresentação.
Em outra ocasião ainda durante a estada do Imperador em Paris, Rossini propôs a Dom Pedro a apresentação de uma cavatina de sua autoria no Théâtre des Italiens. Rossini tomou a liberdade de incluir na composição imperial uma linha de trombones. A apresentação ocorreu pela regência de Rossini, com Dom Pedro e convidados em um dos camarotes do Teatro. Rossini em entrevista anos depois lembrou que Dom Pedro parecia muito contente em seu camarote, tendo sido ovacionado e calorosamente agradecido o seu amigo compositor.
Provavelmente por influência de Rossini, Dom Pedro, já como Regente do Reino de Portugal em nome de sua filha a Rainha Dona Maria II, é dito que estava escrevendo uma ópera, infelizmente inacabada com seu falecimento prematuro devido a uma tuberculose em 24 de Setembro de 1834, no Palácio de Queluz.
São atualmente, em cálculo não exaustivo, catalogadas 17 obras do Imperador Dom Pedro I que chegaram aos nossos dias. Entre elas seis obras sacras, das quais uma missa e três Te Deum, quatro hinos, três marchas, três obras para orquestra e uma valsa.
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