Durante sua primeira viagem internacional iniciada em Maio de 1871, com o intuito de visitar pela primeira vez sua madrasta, já muito doente, a Imperatriz Dona Amélia de Leuchtenberg e de visitar o túmulo de sua filha, a Princesa Dona Leopoldina, falecida em Fevereiro do mesmo ano, o Imperador Dom Pedro II também aproveitou para fazer contatos com muitos cientistas, artistas e intelectuais que manteria por sua vida toda.
Um destes intelectuais, o professor Angelo De Gubernatis, para prestar homenagem ao Imperador, que iria visitar em Florença a “Expozisione Beatrice” em honra a Dante Alighieri, o notável poeta italiano, determinou que uma banda de música fosse posta à entrada principal, no dia da visita, com o encargo de saudá-lo com o Hino Imperial Brasileiro. Para que o chefe da banda não se enganasse quanto à pessoa a quem deveria homenagear, descreveu-o como um personagem alto, respeitável, de longas barbas brancas.
Dom Pedro II, grande apreciador do notável poeta, para melhor e mais desembaraçadamente apreciar os documentos na exposição, chegou antes da hora, entrando por uma porta lateral incógnito. E percorreu-a sozinho, a pé, passando facilmente despercebido no meio dos muitos visitantes. Não teve por isso o seu hino. Mais tarde, encontrando-se com De Gubernatis na exposição, perguntou-lhe:
— Explique-me uma coisa, meu caro professor: por que é que de quando em quando ouço tocar lá fora o hino do meu País?
Um pouco confuso, o professor explicou-lhe a projetada homenagem. Mas, como chegaram vários personagens que correspondiam à descrição, o chefe da banda, com medo de enganar-se, resolvera receber cada um ao som do hino brasileiro. De forma que a única barba branca que não tivera o seu hino fora justamente a do Imperador do Brasil.
Baseado em texto do livro “Revivendo o Brasil-Império”
Imagem: Dom Pedro II, Dona Teresa Cristina e Dom Pedro Augusto visitando as ruínas de Pompeia, Giorgio Sommer, 1888.
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