Dom Pedro II era abolicionista. Segundo José Murilo de Carvalho, S.M. começou a tomar posição sobre o tema em 1845, quando do Bill Aberdeen, e apoiou a proibição do tráfico em 1850 e a adoção de medidas drásticas contra o último desembarque em 1855. Nessa oportunidade S.M. destituiu o presidente da província, "mandou invadir engenhos e processar seus donos, e afastou três desembargadores da Relação de Pernambuco que tinham votado pela absolvição dos acusados".
Ademais, o Imperador não concedia títulos a traficantes.
Como destaca o professor da UFRJ, as iniciativas mais contundentes foram tomadas justamente perto do fim da Guerra de Secessão nos EUA. Em 1864, preocupado com o que se passava em terras americanas, S.M. propôs ao conselheiro Zacaria de Góes o início do processo de abolição com a apresentação de projeto de lei que libertasse o ventre.
Dois anos depois, S.M. recebeu de Pimenta Bueno 5 propostas de lei que foram a base da Lei do Ventre Livre, bem como uma carta do Comitê para a Abolição da Escravidão, formado por membros da intelectualidade francesa, apelando pelo fim da escravidão. Em resposta, o Imperador assumiu o compromisso de tratar do problema tão logo a guerra com o Paraguai acabasse.
A notícia do compromisso do Imperador, nas palavras de Joaquim Nabuco, caiu como um raio em céu sem nuvens e provocaram a reação da maioria escravista. Para Carvalho, a reação mais elaborada e mais explicita em defesa da escravidão veio de José de Alencar que, entre outras coisas, acusou o Imperador de querer agradar os europeus às custas da economia nacional.
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