Segundo John Luccock, um observador do período:
"o Príncipe Regente (Dom João) tem sido várias vezes acusado de apatia; a mim, pareceu-me ele possuir maior sensibilidade e energia de caráter do que em geral tanto amigos como adversários costumam atribuir-lhe. Achava-se colocado dentro de circunstâncias novas e próprias para pô-lo à prova, curvando-se ante elas com paciência; se incitado, agia com vigor e presteza".
Oliveira Lima, com seu clássico "Dom João VI no Brasil", foi um dos responsáveis pelo inicio de sua reabilitação. Pesquisou documentos de época sem encontrar descrições desfavoráveis ao Rei, nem de embaixadores e outros diplomatas, ao contrário, encontrando muitos relatos positivos, como os deixados pelo cônsul britânico Henderson e o ministro norte-americano Sumter, que:
"preferiam muito dirigir-se diretamente ao monarca, sempre disposto a fazer justiça, a entender-se com seus ministros.... reputando-o em tal assunto muito mais adiantado do que os seus cortesãos".
Documentos diplomáticos também comprovam a largueza de sua visão política, almejando para o Brasil uma importância comparável à dos EUA, adotando um discurso semelhante ao do Destino Manifesto norte-americano. Fazia valer sua autoridade sem violência, mas de maneira persuasiva e afável; sua condução dos assuntos internacionais, embora não tenha tido sucesso em repetidas ocasiões e tenha cedido a alguma ambição imperialista, em muitas outras se revelou clarividente e harmonizadora.
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