“O Exército de Caxias, como se autodenomina hoje a instituição, foi por um bom tempo o Exército de Osório e essa mudança só pode ser entendida se relacionadas as trajetórias política e militar dos dois generais com o contexto histórico em que foram adotados como personagens paradigmáticos”, avisa Doratioto. “Afinal, embora nos dias atuais eles sejam lembrados como militares, também foram políticos e, em certas épocas, se dedicaram mais à política que ao Exército”.
O Partido Conservador, pelo qual Caxias se elegeu senador, defendia o Estado centralizado e a manutenção da ordem social. Osório era do Partido Liberal, que priorizava a descentralização do poder. Caxias era o Exército de elite, formado na Academia, enquanto Osório era o Exército que vinha de baixo e que relevava pequenas transgressões, formalismos e aparências. Daí a razão da jovem república, feita por golpe militar, nota Doratioto, sem ter símbolos, ter que descobrir em Osório o “pré-republicano” (coisa sem sentido, pois ele já havia se declarado monarquista várias vezes).
Observa o autor, que lembra como, ao fim do conflito, “Osório era, à exceção de Pedro II, o brasileiro mais popular, um fato desconfortável para o governo conservador”. Logo, é fácil compreender por que durante 4 décadas a principal comemoração militar brasileira ocorria no aniversário da Batalha de Tuiuti, onde Osório foi o herói do dia. Mais complexo é entender o “rebaixamento” do general a partir dos anos 1920 seguida pela elevação de Caxias, até então uma figura secundária, ao posto de Patrono do Exército.
Mas não havia rivalidade pessoal entre os dois. Esses grandes homens do Império e da história de nossa Pátria eram amigos.
#OsEsquecidos - MARECHAL MANOEL LUÍS OSORIO, O MARQUÊS DE HERVAL: Assista no YouTube, na TV Imperial
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