Enquanto isso, no Brasil, a princesa Isabel, em sua terceira regência, acabava de assinar a Lei Áurea, pondo fim a todo tipo de escravidão no país. Curado da malária, D. Pedro sofreria, logo em seguida, com uma pneumonia, que quase lhe tirou a vida. O trecho a seguir conta como o Imperador, praticamente a caminho da morte, recebeu a notícia do fim da escravidão:
"Neste mesmo dia, uma mensagem de telégrafo chegou de Milão, informando que Dom Pedro estava um pouco melhor, mas logo após teve uma recaída. Os médicos perderam a esperança. O Bispo de Milão promoveu os ritos finais. Não havia mais nada a fazer, exceto esperar pelo fim. O paciente ainda não estava a par de nada do que havia acontecido no Brasil, pois considerou-se que tais notícias poderiam agitá-lo perigosamente.
Porém, como nada mais importava a essa altura, Thereza Cristina sentiu que não havia necessidade de que ele morresse sem saber que as suas mais profundas esperanças tinham se concretizado. Ela foi até o seu quarto com as mensagens -- recebidas há uma semana -- e, gentilmente, lhe contou dos maravilhosos acontecimentos.
"Quer dizer que é verdade que o Brasil não possui mais escravos?", ele perguntou, vagamente.
Sua esposa acenou com a cabeça.
"Envie mensagens para mim, por favor. Uma para Isabel: 'Eu te abraço, Libertadora. Assinado: Pedro, seu pai.' E outra, com minhas bênçãos e congratulações a todos. Que nação! Que povo!"
Daquele momento em diante, o Imperador começou a se recuperar. Ele precisava viver para retornar para casa e ver, com os seus próprios olhos, o seu país livre."
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