quinta-feira, 31 de agosto de 2017

"FULANO! QUEM DIRIA!?"

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Na manhã do dia 17, seguinte ao golpe militar de 15 de Novembro de 1889, quando a Família Imperial do Brasil já estava a bordo do vapor “Parnaíba” na angustiante espera para transferência de navio para a viagem ao exílio, começaram a chegar os jornais do dia com as notícias da quartelada.

Lendo o nome de um dos traidores revolucionários, que recebera grandes benefícios do Imperador, a Imperatriz Dona Teresa Cristina desabafou ao marido:

— Fulano! Quem diria!?

Sereno e imperturbável, o Imperador Dom Pedro II respondeu:

— Senhora, se quando fazemos um benefício fosse já contando com a gratidão do beneficiado, então o ato perderia a sua nota principal, passando a ser um contrato interesseiro.

O Imperador que dedicou sua vida inteira à grandeza do Brasil, faleceu dois anos após, em 5 de Dezembro de 1891, viúvo, solitário, melancólico, dependendo de empréstimos de amigos sem quase nenhum recurso, em um modesto hotel e longe da terra que amava, da qual não se esqueceu nem nos momentos finais, sendo suas últimas palavras: "Deus que me conceda esses últimos desejos — paz e prosperidade para o Brasil."

*Baseado em texto do livro “Revivendo o Brasil-Império”

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