terça-feira, 8 de agosto de 2017

OS DOUTORES DO IMPERADOR

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Durante sua primeira viagem internacional, iniciada em Maio de 1871, pela Europa e Norte da África, com o intuito de visitar pela primeira vez sua madrasta, já muito doente, a Imperatriz Dona Amélia de Leuchtenberg e de visitar o túmulo de sua filha, a Princesa Dona Leopoldina, falecida em Fevereiro do mesmo ano, o Imperador Dom Pedro II também aproveitou para fazer contatos com muitos cientistas, artistas e intelectuais que manteria por sua vida toda.

Em Paris, no final de 1871, a Imperatriz Dona Teresa Cristina dava magníficas e agradáveis recepções no salão do Grande Hotel. Enquanto a Imperatriz recebia as grandes damas e personalidades da França, a ausência do Imperador era notável. Avesso a tais tipos de cerimônia, Dom Pedro II ficava quase sempre num salão vizinho, com algumas personalidades das ciências e das letras, que seu amigo e ex-embaixador da França no Brasil, o Conde Arthur de Gobineau lhe apresentava. Nestas reuniões imperava o acalorado debate intelectual, em que muitas vezes, especialmente no caso de Gobineau, Dom Pedro não compartilhava de seus posicionamentos.

Se alguém perguntava pelo Imperador, a Imperatriz respondia:
— Está com os doutores.

O Príncipe François Ferdinand d'Orléans, Príncipe de Joinville, casado com Dona Francisca, irmã do Imperador, brincava entre gargalhadas com a esposa:
— Diga-me uma coisa, Chica: se você me tivesse perdido, iria procurar-me entre os doutores?
— Eu te procuraria por toda a parte – respondia a Princesa, sorrindo.

-Baseado em texto do livro "História de D. Pedro II"

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