terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

DOM PEDRO E VICTOR HUGO

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S.M. o Imperador cidadão


Um dos maiores desejos de Dom Pedro II era conhecer pessoalmente Victor Hugo, um poeta, dramaturgo e ativista francês de grande atuação política em seu país. E o Imperador não poderia desperdiçar sua chance de ouro em conhecer o escritor quando de sua viagem à Europa em 1877.

Na ocasião, S.M. deu instruções à embaixada do Brasil para comunicar ao escritor o desejo que tinha de vê-lo entre seus visitantes no Grande Hotel. Porém, a resposta foi:

- "Victor Hugo não visita ninguém".

A surpresa da resposta mal educada só não foi maior do que a nobreza do brasileiro. E após duas outras tentativas frustradas, Dom Pedro decidiu:

- "Não faz mal. Eu procurarei conhecê-lo. Ele tem sobre mim o triste privilégio da idade, e também a superioridade do gênio. Eu vou, portanto, fazer-lhe a primeira visita".

Foi então que na manhã do dia 22 de maio, o Imperador bateu à porta do escritor em sua casa, no centro de Paris. Surpreso, Victor Hugo abre a porta e decide por receber o Soberano daquele longínquo país.

A conversa durou horas e dela surgiu uma linda e respeitosa amizade, tendo os dois passado a trocar cartas sobre os mais diversos assuntos semanalmente.

No meio da proza, surgiu um assunto sobre a vida de cada um, foi então que o poeta, aproveitando da "impériale", uma espécie de carruagem para transporte coletivo urbano, aproveitou para provocar o Imperador lhe dizendo:

- "Depois do almoço, por volta de uma hora da tarde, eu saio, e faço uma coisa que Vossa Majestade não poderia fazer: subo num ônibus."

E então o brasileiro respondeu:

- "Por que não? Essa condução me conviria perfeitamente, Ela não se chama "impériale"?"

Depois do longo tempo de conversa, quando se despedia do republicano convicto Victor Hugo, foi então que Dom Pedro II ouviu dele estas palavras:

- "Felizmente não temos na Europa um monarca como Vossa Majestade."

E o Magnânimo pergunta:

- "Por quê?"

E tem como resposta:

- "Se houvesse, não existiria um só republicano..."

Fonte: REVIVENDO O BRASIL IMPÉRIO

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