Durante a ocupação alemã, o Rei Cristiano X da Dinamarca tornou-se um poderoso símbolo de resistência e soberania nacional. Principalmente devido ao seu hábito simbólico de andar todos os dias de cavalo pelas ruas de Copenhaga sem a companhia dos seus guardas.
Uma história apócrifa conta que, um dia, um soldado alemão disse a um rapaz que achava estranho o facto de o rei passear sem qualquer guarda-costas. Aparentemente, o rapaz terá respondidoː "Toda a Dinamarca é o guarda-costas dele.". Esta história foi contada no best seller de Nathaniel Benchley, "Bright Candles", assim como no livro "Number the Stars" de Lois Lowry.
Também se tornou o protagonista de uma lenda urbana que diz que, durante a ocupação Nazi, usou a Estrela de David, como gesto de solidariedade para com os judeus da Dinamarca.
Os judeus da Dinamarca não eram obrigados a usar a Estrela de David, no entanto, esta lenda provavelmente surgiu de um relatório britânico datado de 1942, no qual o rei terá ameaçado usar a estrela se os judeus do seu país fossem obrigados a fazer o mesmo. Esta afirmação também pode ser encontrada no diário pessoal do rei, no qual ele escreveu o seguinteː
"Quando vemos o tratamento desumano que estão a dar aos judeus, não só na Alemanha, mas também nos países ocupados, começamos a preocupar-nos que esse desafio também nos seja colocado a nós, mas temos de o recusar claramente, uma vez que eles se encontram protegidos pela constituição dinamarquesa.
Afirmei que não poderia cumprir essa exigência junto dos cidadãos dinamarqueses. Se essa exigência fosse feita, o melhor a fazer seria usarmos todos a Estrela de David."
Além disso, também ajudou a financiar o transporte de judeus dinamarqueses para a Suécia, que ainda não tinha sido ocupada, e estava livre da perseguição dos Nazis.
Com um reinado que se prolongou pelas duas guerras mundiais, e devido ao seu papel como símbolo de união do sentimento nacionalista da Dinamarca durante a ocupação alemã, Cristiano X tornou-se um dos monarcas dinamarqueses mais populares dos tempos modernos.
Uma lenda popular, mas apócrifa é uma história divulgada na imprensa americana e refere-se supostamente ao facto de a bandeira da Alemanha ter sido colocada no Hotel d'Angleterre (que, na altura, estava a ser utilizado como quartel general da Alemanha em Copenhaga). Quando passou por lá a cavalo e viu a bandeira, o rei terá dito a um sentinela alemão que aquilo era uma violação do acordo de armistício e que a bandeira teria de ser retirada.
O sentinela terá respondido que isso não seria possível, ao que o rei terá respondido que, se bandeira não fosse retirada, ele iria enviar um soldado dinamarquês para o fazer. O sentinela terá respondido que o soldado seria abatido, ao que o rei replicouː "o soldado dinamarquês serei eu." De acordo com esta história, a bandeira foi retirada.
Uma forma popular a que os dinamarqueses recorriam para mostrar o seu patriotismo e resistência silenciosa à ocupação alemã era usar um pequeno botão quadrado com a bandeira dinamarquesa e a insignia do rei. Este símbolo chamava-se Kongemærket (pin do Emblema do rei).
Muitos dizem que os monarcas constitucionais são "meros" símbolos... MENTIRA, Suas Majestades TEM PODER SIM, cito aqui as Prerrogativas Reais da Inglaterra e Poder Moderador do Brasil, mas eles também não deixam de ser símbolos vivos da nação, depósito da moral pública, de confiança e esperança.
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